martes, 9 de julio de 2013

BIODIVERSIDAD EN LAGO VOSTOK DE LA ANTÁRTIDA 3507 organismos

 Cientistas encontram vida no Lago Vostok
         Mais de três mil organismos foram registrados no lago que está a quase 4 km da superfície glacial da Antártica
Equipe de cientistas russos que conseguiu perfurar a superfície da Antártica até encontrar o lago subterrâneoAFP
Cientistas encontraram sinais de vida num local até então improvável. Análises do gelo do Lago Vostok, o maior dos quase 400 lagos subterrâneos conhecidos na Antártica, revelaram a existência de DNA de 3.507 organismos. Após mais de uma década de perfuração intermitente, a Rússia atravessou no ano passado a crosta congelada da Antártica e recolheu amostras da água do lago que permaneceu intocado durante pelo menos 14 milhões de anos, numa profundidade de 3.768 metros sob a superfície glacial. O estudo foi publicado no periódico “PLoS One”.
A diversidade de vida encontrada surpreendeu cientistas, já que muitos tinham pensado que o lago seria estéril devido às condições extremas. A descoberta aumenta a esperança de haver vida em outros ambientes extremos do planeta e até fora dele. Biólogos têm um interesse especial em lagos, pois as condições existentes neles não devem ser muito diferentes das que existem em corpos de água líquida provavelmente existentes sob a superfície de das luas geladas do Sistema Solar exterior. Uma das luas de Júpiter, a Europa, por exemplo, é coberta com uma camada de gelo que pode esconder um oceano líquido embaixo.
- Encontramos muito mais complexidade do que se pensava. Isso realmente mostra a tenacidade da vida, e como os organismos podem sobreviver em lugares onde uma dúzia de anos atrás, pensávamos que nada poderia sobreviver - afirmou ao "Telegraph" Scott Rogers, biólogo da Universidade Estadual Bowling Green, em Ohio, nos Estados Unidos.
Quase 94% das sequências são de bactérias, enquanto que um pequeno grupo (6%) de organismos multicelulares mais complexos (eucariotas). Isoladas do resto do mundo, algumas sequências de DNA encontradas são novas para a ciência e podem ser de espécies que evoluíram nas profundidades do lago. Parte dos organismos é comumente encontrada no sistema digestivo de moluscos, crustáceos e até peixes.
- As sequências sugerem que um ambiente complexo deve ter existido no Lago Vostok - disse Rogers. - Há mais de 35 milhões de anos, o lago era aberto para a atmosfera e cercado de um ecossistema de floresta. Provavelmente, os organismos foram se adaptando às mudanças de condições entre 15 a 35 milhões de anos atrás, quando o lago se converteu de um sistema terrestre para o subglacial.
Cientistas hoje sabem que a Antártica é sustentada por uma grande rede de rios, e muitos dos organismos identificados, ou seus traços, talvez possam ter sido levados ao Vostok pelo oceano. O lago está a 200 metros abaixo do nível do mar.
Identificado em 1956 pelos russos e mapeado na década de 1990 pelos britânicos, o Vostok cobre uma área de 15 mil quilômetros quadrados e tem profundidade de até 800 metros. Pesquisadores acreditam que o lago esteve fechado para a atmosfera por muitos milhões de anos.
A equipe também descobriu bactérias que se desenvolvem em ambientes quentes, como em torno de fontes hidrotermais vulcânicas no fundo do mar. Se essas aberturas existissem de fato no Vostok, elas poderiam fornecer "fontes de energia e nutrientes vitais para os organismos que vivessem no lago", descreveu o artigo da PLoS One.
Segundo o estudo, a combinação de frio, calor (da possível atividade hidrotermal), pressão (da geleira), quantidade limitada de nutrientes e completa escuridão são os desafios da vida ali. As análises foram feitas a partir de quatro seções do Vostok. Na maior parte do lago, as amostras de gelo contém reduzidos índices de minerais, íons, carbono e biomassa.

Tomado de o globo  de br

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