sábado, 30 de marzo de 2013

RECORTE PRESUPUESTARIO Y AJUSTE SE HACE SENTIR EN EEUU


Corte histórico nos EUA
 Americanos começam a sentir, na prática, efeitos da redução automática de gastos federais
  Com New York Times
Educação. Programa de inclusão escolar de pobres sofrerá cortesTerceiro / Isaac Brekken/The New York Times

WASHINGTON — A população dos EUA começa a sentir no seu dia a dia, a partir de segunda-feira, os efeitos do maior corte de gastos da História americana. Conhecido como “sequestro”, o gatilho, que começou a vigorar em 1º de março, determina a redução de cerca de 8% das despesas de cada órgão público federal até setembro. Após um mês debruçado sobre números e negociando com sindicatos, o governo se apoiou na dispensa periódica não remunerada de servidores, no fim das horas extras e na redução de programas. Serão afetados desde o atendimento da Seguridade Social até audiências de tribunais, passando pelo controle de tráfego aéreo, as pesquisas do Escritório do Censo, a realização de exames de saúde, o licenciamento ambiental e o funcionamento de parques nacionais. As transferências a estados e cidades também serão reduzidas — há condado racionando até papel higiênico para fazer frente ao ajuste fiscal.
 É o caso da cidade de Windsor, no interior do Missouri. Tendo que recalibrar o orçamento, para tapar o buraco deixado por menos repasses federais, a prefeitura limitou os gastos com produtos de limpeza e higiene. As mulheres foram poupadas, mas os servidores — que vinham gastando mais do que suas colegas — foram recomendados a levar o próprio rolo de papel higiênico para o trabalho para contribuírem no aperto de cinto. Os estados americanos perderão este ano US$ 6,4 bilhões em fundos federais.
 O episódio, ocorrido na semana retrasada, é uma pitada de humor num oceano de adversidades que serão enfrentadas pelos americanos. Enquanto a dose de sacrifício da Casa Branca será o fim dos passeios de turistas pelo prédio histórico, de forma a preservar o orçamento de segurança do presidente Barack Obama, Fayetteville, no Arkansas, terá de cortar US$ 150 mil do programa federal Head Start, de inserção escolar e promoção do desenvolvimento social, deixando crianças de zero a 5 anos de famílias pobres sem escola por 13 dias até setembro e limando 9.906 refeições. No país, 70 mil crianças do Head Start serão afetadas.
 Moradora de Las Vegas, LaCole James-Young, de 35 anos, tem duas razões para temer os cortes. Ela é assistente administrativa do programa Head Start e beneficiária do serviço, com dois filhos, de 3 e 4 anos, na pré-escola. Cinco de seus seis filhos já participaram do programa, incluindo um, agora com 12 anos, que tinha problemas de fala.
540 mil doses de vacina ameaçadas
 Para o think tank Center for American Progress, o peso desproporcional da redução de US$ 85,3 bilhões do orçamento de 2013 — 50% dos quais na rubrica de Defesa — sobre gastos sociais é um dos maiores problemas do “sequestro”. Não houve uma seleção de programas pelo critério de essencialidade, impacto econômico ou segurança, pois os cortes são lineares. Ou seja: indiscriminados.
 Por exemplo, com menos US$ 350 milhões, o Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças estima deixar de fazer 25 mil tomografias para detecção de câncer e de oferecer 540 mil doses de vacina. Centros de saúde que funcionam com fundos federais podem não atender 900 mil pacientes em 2013.
 Sem US$ 1,6 bilhão este ano, o Departamento de Justiça cortará US$ 20 milhões só do programa contra violência à mulher, deixando quase 36 mil vítimas sem acesso a abrigo, serviços legais e apoio aos filhos. Mais de 600 mil grávidas e crianças de baixa renda deverão ser excluídas de programas de nutrição.
 — Passar uma faca de açougueiro nas despesas de forma tão desfocada vai provocar um choque na economia e prejudicar incontáveis famílias — afirmou Ann Chu, diretora de Políticas do Centro.
 A Seguridade Social também dará dor de cabeça. Com o trabalho acumulado e linhas congestionadas nos anos posteriores à Grande Recessão, o órgão deverá piorar o serviço, testemunhou em carta ao Congresso o ex-ouvidor Michael Astrue, segundo o qual o tempo de definição para uma audiência pode ser atrasado em mais um mês e o atendimento do call center, em dez minutos. Com enxugamento de US$ 920 milhões, serão demitidos 1.500 trabalhadores temporários e deixadas abertas 5 mil vagas. O número de pedidos de benefícios não atendidos deve subir de 861 mil em 2012 para mais de um milhão em 2013.
 Também é crítica a situação de ao menos 13 órgãos que produzem estatísticas nos EUA. O mais famoso deles, o Escritório do Censo, equivalente ao IBGE, terá de ceifar US$ 46 milhões até setembro (quando termina o ano fiscal), atrapalhando os testes para o Censo Populacional de 2020 (num momento de profundas mudanças demográficas) e o Censo Econômico. Este, que mapeia a estrutura da economia e serve de base para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país), não é realizado desde 2007, antes da crise que alterou profundamente setores como o de habitação.
 “Os cortes de agora forçarão o Escritório a pedir mais fundos no futuro, podendo gerar atrasos de seis meses na divulgação de estatísticas de indicadores vitais e risco à nossa habilidade de mapear com precisão as condições econômicas e o bem-estar correntes, potencialmente afetando a formatação de políticas públicas e decisões econômicas do setor privado”, escreveu a chefia do órgão ao Congresso.
 Também faltarão defensores, promotores e juízes. Em alguns estados, as dispensas não remuneradas no Judiciário chegarão a 30 dias, afetando também o corpo técnico.
 Mais filas nos aeroportos
 Amplamente noticiada foi a determinação de fechamento de 149 torres de controle de tráfego aéreo (podendo chegar a 238), todas em aeroportos de pequeno porte, pela Administração Federal de Aviação. A agência tem de enxugar seu orçamento, que tem 71% de sua destinação a salários de controladores e inspetores de segurança, em US$ 637 milhões até setembro.
 Os americanos serão mais afetados, porém, pelo corte de US$ 398 milhões na Administração de Segurança em Transporte, que comanda a checagem no embarque de passageiros. Deverão ter licenças não remuneradas periódicas e horas extras cortadas 50 mil funcionários, e as vagas temporárias estão congeladas, o que reduzirá as equipes nos turnos e aumentará filas.
 Na Agência de Proteção Ambiental, os US$ 425 milhões em cortes provocarão a licença não remunerada de até 13 dias para os 18 mil funcionários do órgão. Além do licenciamento ambiental mais lento, a agência aponta queda do número de inspeções e menos recursos para projetos de melhoria da qualidade da água, por exemplo
Tomado de o globo Brasil
NOTA: la diferencia no ira a los bancos usurarios suponemos 

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