jueves, 26 de mayo de 2016

EMPLEO EN PROBLEMAS EN RÍO GRANDE DO SUL BRASIL

Abril de 2016 tem maior eliminação de empregos em 13 anos no RS
Divulgados nesta quarta-feira, dados mostram redução de 7.383 postos formais no mês em todo o Rio
Grande do Sul
Por: Karina Sgarbi / Especial Foto: Roberto Scola / Agencia RBS
Influenciado pelos setores da indústria de transformação e agropecuária, o Rio Grande do Sul bateu recorde na eliminação de empregos em abril de 2016, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira. No comparativo com o mesmo mês dos últimos 13 anos, o resultado atual, que mostra o saldo entre contratações e desligamentos formais realizados, é o pior já registrado, com eliminação de 7.383 postos de trabalho.
Somados, os setores da indústria de transformação e agropecuária correspondem a 70% da redução de empregos no período, com saldo negativo de 2.988 e 2.174, respectivamente.
— O setor industrial e a agropecuária são fundamentais para o Estado. A perda na indústria da transformação, em termos de efeitos multiplicadores, é dramática. Somada à retração na agropecuária, isso mostra que a economia gaúcha deve continuar se defasando em relação ao restante dos Estados — afirma o economista e professor da PUCRS Alfredo Meneghetti.
A queda na demanda e a sazonalidade são apontadas como causadoras da retração nas duas áreas. Para o economista e diretor do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS, Leonardo Xavier da Silva, o resultado na agropecuária foi muito influenciado pelo setor de grãos, enquanto a indústria da transformação sofreu com a redução da renda das famílias. Estes fatores, de forma contínua, levaram ao aumento das taxas de desemprego:
— Nossa posição como exportador de soja caiu, por exemplo. Isso porque a gente vendeu menos do que no ano passado. Outro caso é o do arroz, que tinha projeções de crescimento, mas que se esgotaram. E a indústria da transformação no Rio Grande do Sul também depende muito do mercado interno brasileiro.
Uma mudança neste cenário, conforme o economista e professor do Programa de Pós-Graduação da UFRGS Giácomo Balbinotto Neto, deve ocorrer somente em 2017. Isso porque as contratações devem ser feitas apenas quando a retomada da economia se tornar "persistente".
— Tanto para o restante do primeiro semestre quanto para todo 2016, a projeção é de agravamento. A retomada, se vier, provavelmente só ocorrerá no segundo semestre de 2017 — pondera.
País apresentou melhora em 2016
O saldo gaúcho vai na contramão do registrado a nível nacional. O Brasil, apesar de também acumular resultado negativo em abril deste ano, apresentou pequena melhora em comparação ao mesmo mês de 2015. O resultado para o período em 2016 foi de -62.844, enquanto no ano anterior o dado foi -97.828. Para Meneghetti, isso mostra a defasagem que vive o Rio Grande do Sul.
— Se considerarmos outros dados econômicos, como o volume do PIB, que é o mais robusto dos indicadores, entre os 27 Estados, o RS ficou em penúltimo lugar na avaliação entre 2002 e 2013. Ou seja, enquanto outros cresceram, o RS ficou aquém. Só ficamos acima do Distrito Federal, que nem Estado é e não tem indústria ou agronegócio. Não é mérito ganhar do DF.
Ter uma matriz econômica voltada para o mercado externo, como é o caso do Rio Grande do Sul, também influencia no surgimento de dificuldades, na visão de Silva.
— Nos últimos anos, isso desde 2008, os preços das commodities têm caído, como nas áreas agrícola e mineral. Como somos exportadores de lâminas de aço e soja, por exemplo, e os preços têm caído, isso rebate na economia do Estado e vai fatalmente aparecer na quantidade de vagas no mercado de trabalho — comenta o economista.
Queda deve frear no segundo semestre
Embora não haja perspectiva de melhora para 2016, o segundo semestre do ano deve apresentar uma redução na queda dos postos de trabalho. Na avaliação de Silva, as retrações não devem superar os índices já registrados até o momento.
— O segundo semestre já deve ter resultados um pouco melhores, com quedas menores e possibilidade até de alguma recuperação de postos de trabalho. Mas isso vai se mostrar aos poucos — afirma.
As eleições municipais, que ocorrem em outubro, também podem trazer números positivos e até mesmo a geração de empregos. Para Meneghetti, é possível que o pleito gere fôlego para que a "economia gaúcha possa se destravar". Além disso, há expectativa de que as condições climáticas favoreçam a agricultura.
— A gente espera que o clima contribua para uma safra adequada para que pelo menos a agropecuária possa recuperar as perdas nos empregos — comenta Meneghetti.
Comportamento do emprego formal por setor no Estado em abril de 2016
Atividade econômica                      Saldo (contrações - desligamentos)
Extração mineral                                                                  -8
Indústria de transformação                                        -2.988
Serviços industriais de utilidade pública                       -47
Construção civil                                                                 -110
Comércio                                                                         -1.934
Serviços                                                                               -162
Administração pública                                                       40
Agropecuária                                                                  -2.174
TOTAL                                                                             -7.383
*Fonte:Caged
Cidades gaúchas com maior perda nos postos de trabalho em abril de 2016
Cidade                      Saldo (contrações - desligamentos)
Vacaria                          -1.189
Caxias do Sul                -1126
Porto Alegre                   -914
Taquara                          -392
São Leopoldo                -264
Santa Cruz do Sul         -233
Cachoeirinha                 -223
Gravataí                          -221
Farroupilha                    -219
Panambi                         -210
Uruguaiana                   -167
*Fonte: Caged

TOMADO DE ZERO HOTA DE RGS BR 

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