viernes, 9 de junio de 2017

GERMINANDO AS NOVAS SEMENTES PARA O FUTURO

Contato das crianças com a natureza é estimulado em ambientes sustentáveis e produtivos, como as hortas da escola
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Caminhar entre as árvores, colher temperos no pátio, buscar a salada na horta, observar o armazenamento da água da chuva nas cisternas, depositar os resíduos orgânicos na composteira, aprender sobre bioconstrução. Esta não é a rotina de quem mora na zona rural ou em uma fazenda sustentável. É o dia a dia dos alunos da Escola Amigos do Verde, em Porto Alegre, pioneira em integrar a proposta pedagógica com a ecologia. "Queremos contribuir para a formação de seres humanos pertencentes a um ecossistema de interdependência de pensamentos, atos e sentimentos, conscientes de que cuidar do meio ambiente é cuidar de nós mesmos", afirma a coordenadora pedagógica e diretora, Taís Ribeiro Brasil Russo.
E para nos fazer pensar sobre como somos parte da natureza e como intimamente dependemos dela, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o tema "Conectando pessoas à Natureza" para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente em 2017, comemorado neste 5 de junho. Trata-se de um convite para as pessoas apreciarem a beleza e a importância dos recursos naturais e um chamado para a necessidade de proteger as riquezas que compartilhamos. Segundo a ONU, o envolvimento dos países com esta data vem crescendo ao longo dos anos e esta é uma oportunidade de levar ao coração
das crianças e jovens a importância de tratarmos bem o planeta.
Com esta preocupação de harmonia e cuidados com a Terra, a escola, localizada no bairro Higienópolis, acolhe 178 alunos do Ensino Fundamental e da Educação Infantil (1º ao 5ª ano), em uma área verde de 3.600 metros quadrados. Cercadas por um bosque de árvores nativas, tombado pela prefeitura municipal, as crianças também têm contato com galinhas e coelhos, tartaruga, jabuti e peixes. Um convívio que vai além das salas de aula e desfrutado em espaços permaculturais ambientes sustentáveis e produtivos, em equilíbrio com a natureza, que são hortas, composteiras, laguinho, telhado vivo, espiral de ervas, horta medicinal, cisternas para a captação da água da chuva e espaço João de Barro (bioconstrução).
Com toda esta visão de sustentabilidade, o cardápio dos pequenos conta com alimentos integrais e orgânicos no almoço e no lanche, sem a presença de carne vermelha. Já o preparo de aves e peixes acontece apenas uma vez por semana. Escolhas que já garantiram o reconhecimento internacional, como o do Instituto Ashoka, organização sem fins lucrativos que elencou a Amigos do Verde como uma das 18 Escolas Transformadoras selecionadas no Brasil. "Quando abrimos as portas, em 1984, o grande diferencial era a visão ecocêntrica, em uma época que pouco ainda se discutia ecologia, aliada à alimentação naturalista, de caráter educativo", destaca a diretora.
Agroecologia também é assunto de criança
Alunos de Fabretti aprendem e ganham mais qualidade de vida
MARCELO G. RIBEIRO/JC
No pátio, os alunos ouvem com atenção os ensinamentos do professor: "É só colocar a mãozinha na terra e ver se ficou grudada. A mão saiu sequinha? Então não precisa regar!". Uma lição que pode parecer simples, mas que para crianças de sete ou oito anos é um mundo de descobertas e sensações. "Decidi que educar seria uma das minhas maiores armas na transformação por um mundo melhor", conta o biólogo Mário Fabretti, 36 anos, que ministra aulas de agroecologia na Escola Amigos do Verde.
Com experiência de dois anos como ativista do Greepeace, há três ele transmite às turmas os conhecimentos adquiridos como especialista em ecologia. Nas aulas, ensina a plantar, alimentar animais, colher frutas, produzir papel reciclado, separar o lixo e reutilizar materiais."Exemplos de atividades agroecológicas vivenciadas diariamente, proporcionando aprendizagem e qualidade de vida", explica o professor, sempre rodeado de rostinhos curiosos.
Trilhas nos Parques da Capital
Caminhadas monitoradas qualificam relação com a natureza
SERGIO LOURUZ/DIVULGAÇÃO/JC
Tomar chimarrão no parque, aos fins de semana, já é tradição para os porto-alegrenses. Mas que tal sair da mesmice e fazer um passeio educativo nessas  áreas verdes? A iniciativa da prefeitura municipal, chamada Trilhas Ecológicas nos Parques Urbanos de Porto Alegre, oferece esta oportunidade. O projeto consiste em caminhadas pelos parques com pausas para reflexões, discussões, explicações e atividades lúdicas.

Carlos Henrique Aigner, coordenador de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams), explica que as trilhas podem ser agendadas para os turnos da manhã e tarde, em qualquer dia útil. Os parques abrangidos são Farroupilha (Redenção), Marinha do Brasil, Moinhos de Vento (Parcão), Saint'Hilaire, Mascarenhas de Moraes e Chico Mendes. "A ideia é valorizar os espaços públicos e qualificar a relação com a natureza, pois a gente começa a cuidar do que conhece", afirma. TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE  RGS BR 

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